Novidade! Revelações ocultas sobre a Bíblia e o Cristianismo.

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20 de outubro de 2010

Capítulo: 58 JESUS e MARIA Lenda, Mito ou Marketing Religioso?

Jesus e Maria, quem foram? Lenda, mito ou fato?

No primeiro século da era cristã, os judeus da Palestina não tinham sobrenome. Quando o prenome não bastava para a identificação, juntava-se a ele o local de origem, daí Jesus (Yeshua) ter ficado conhecido como Jesus de Nazaré, a cidade da Galiléia onde foi criado.
Ele teria nascido em Nazaré num vilarejo pobre que não tinha mais de 400 habitantes, e não em Belém. E mesmo os mais teimosos defensores da história da Bíblia hoje admitem, que caso Jesus tenha nascido, isso não aconteceu antes de pelo menos 4 a .C., (outros afirmam que foi 6 a . C., ou no ano 4 depois do calendário cristão), pelo calendário romano-cristão, antes da era que dá início a seu nome, sobre o mundo romano. A população da Terra na época de Jesus consistia talvez em 250 milhões de pessoas. O próprio dia do seu nascimento é objeto de controvérsia, (25 de dezembro não está na Bíblia). A entrada de um solstício era uma data solene comemorada e consagrada ao Sol, ao Deus solar Mitra, o Deus de origem persa, que fez enorme sucesso entre o povo e os soldados na Roma Imperial. Esse assimilou do nitraísmo muitos ritos e mitos, inclusive a data do Natal. O mês de Dezembro foi fixado pela Igreja no ano 525.

Em 2007, pela primeira vez, o presépio da praça de São Pedro no Vaticano, foi ambientado em Nazaré, e não em Belém, como indica a tradição católica. Ele é inspirado no evangelho de Mateus, que situa o nascimento de Jesus, na casa de José, em Nazaré nos evangelhos de Lucas, Marcos e João. O local é uma gruta de Belém. Os Três Reis Magos nunca existiram e são criações do evangelho de Mateus para simbolizar que Jesus foi reconhecido como messias por todos os povos. Por sua vez, os ortodoxos sustentam que eram 12 magos que seguiram a estrela e chegaram à estrebaria; por outro lado, a a crença católica ocidental afirma que foram apenas três. Essa diferença, possivelmente origina-se na interpretação da passagem bíblica, que fala sobre os três presentes “ouro, incenso e mirra”, que os viajantes, verdadeiros reis Baltazar da Arábia, Melquior da Pérsia, Gaspar da Índia), entregaram ao Menino Jesus.
Seria impossível que uma estrela percoresse um trajeto do sul para o norte. Além disso a Bíblia afirma que, depois de chegarem a Jerusalém, a estrela continuou guiando-os, até Belém, cidade que se encontra a 8 km ao sul. Seria ainda mais impossível que um corpo celeste viajasse primeiro ao sul para o norte e depois de norte para o sul. Mais adiante o texto relata que a estrela, que seguia adiante dos magos, chegou ao seu destino e se deteve exatamente no local onde se encontrava o Menino Jesus. Um corpo celeste é incapaz de realizar semelhante acrobacia e deter-se em um ponto determinado. Alguns consideram esse fato um milagre: Deus pode fazer com que um astro trace a órbita que desejar. Nesse casso, porém seria preciso explicar porque a estrela ao invés de guiar os magos os diretamente para Belém, conduziu-os primeiro a Jerusalém. A estrela de Davi no nascimento de Jesus seria na verdade o cometa Halley. O nascimento de Jesus e Papai Noel é hoje o negócio que mais dinheiro dá aos mercadores que Jesus havia expulsado do templo!
Na última missa a qual assisti no ano passado, e também a última da minha vida, o bispo no sermão, se expressou exatamente desta maneira sobre os Reis Magos: isto é uma simbologia, uma lenda. Ora, ora, convenhamos, “santas palavras” ! Faça-se a luz. O Presépio então ficou desfalcado!

Por séculos a Igreja sustentou que a Bíblia era absolutamente certa; que não continha nenhum erro. Hoje os cristãos educados já admitem que os escritores da Bíblia não eram tão inspirados como a ciência. Por séculos a Igreja sustentou que a história da criação era verdadeira; que sua Astronomia e Geologia estavam de acordo com os fatos; que os cientistas que discordassem do Velho Testamento eram infiéis e ateus. Eles agora admitem que os homens que escreveram o Velho Testamento, não sabiam coisa alguma de ciência, e que eles escreveram sobre a terra, as estrelas, o sol e a lua de acordo com a ignorância da época.

A origem de Jesus Cristo foi assim - Maria morava na pequena vila de Nazaré, província da Galiléia. Sobre sua descendência seus pais seriam Joaquim e Ana e não existe nenhum documento importante do século I. A própria genealogia de Cristo que aparece em S. Lucas é apenas de S. José . Quando chegou à idade núbil (idade de casar), com 14 (ou 16) anos, os sacerdotes do Templo procuraram-lhe não um esposo, mas um guardião para sua virgindade, dentre os vivos de Israel. José foi o indicado por um “sinal Divino”.
Quando depois da anunciação do anjo, Maria se viu “grávida” pela ação de um “sopro’ do anjo, um murmúrio, um silêncio, entrou em seu ventre. Pela ação do Divino Espírito Santo.
Enviou ao planeta um filho feito com os seus próprios espermatozóides (há quem afirme que deus não é matéria mas isso fica para os biólogos explicarem). Como não havia deusa lá no céu, emprenhou uma mulher comprometida, corrompendo os nºs. 7 e 10 do seu código de honra (bonito exemplo para as gerações vindouras). Pensando e repensando, conclui-se haver falta de virgens sem dono. Quem sabe a pedofilia já era regra nessa era!
José teve suas dúvidas dissipadas por uma revelação de que o arcanjo Gabriel, lhe apareceu. Pedindo que esse compreendesse o que iria ocorrer e se acalmasse quando a visse grávida, uma vez que não haviam tido relações sexuais para que tal acontecesse. Foram divulgados muitos pormenores fantásticos, imaginosos e improváveis, (para não dizer cômicos) a respeito do nascimento de Jesus (Buda e outros).
Hoje sabemos que “Deus não dorme”, e estamos em condições de saber porquê não dorme. Ele não dorme porque cometeu uma falta grave que nem a homem é perdoável. Existe a visão histórica de que Jesus nasceu num estábulo conforme a lei judaica da época. Do ponto de vista da fé, o fato ocorre na manjedoura como prova de humildade.
Da infância de Maria nada se sabe, apareceu em cena quando Jesus tinha 12 anos, numa visita ao Templo de Jerusalém. Maria não morreu como todo mundo, (a mãe de Buda morreu uma semana depois de dar à luz). Maria adormeceu e seu corpo elevou-se ao céu, (chamam seu sono de “dormição” e sua subida ao céu de “assunção”, o que significa “elevação”), não houve decomposição do corpo. Não havia sido contaminada pelo pecado de sua mãe Eva. Seus pais a conceberam imaculada.
Contudo as lacunas existentes a respeito da vida de Maria foram logo preenchidas pela tradição popular e pela doutrina oficial da Igreja, cujos principais pontos são:

Perpétua Virgindade.

Não é explanada pelos quatro evangelistas, nem por nenhum escrito importante dos três primeiros séculos do Catolicismo. Para Tertuliano, o fato do casamento de Maria antes do nascimento de Cristo é um bom argumento para provar a realidade da encarnação (de que Deus se fêz homem efetivamente).
O teólogo Orígenes apela para o argumento dos irmãos de Jesus na controvérsia contra aqueles que afirmavam ter Cristo, apenas, um corpo humano fantástico e não real.
É interessante notar-se que essa doutrina – a da virgindade perene, em grego (aceiparthenia) – foi inicialmente heterodoxa, herética. Foi divulgada num escrito proibido pelos primeiros papas, sobretudo pelo Papa Gelásio I, no Protevangelium Jacobi (“Primeiro Evangelho de Jacó”), escrito como geralmente se admite, no século II.
Baseado nesse, surgiram dois outros pseudo-evangelhos. S. Jerônimo confessa que, num escrito da adolescência (383), aventara a hipótese da virgindade perpétua por ocasião de uma veemente disputa com Helvídio, reunida depois num longo tratado apologético. Afirma que depois disso, essa doutrina ganhou terreno rapidamente. Chega também a dizer que os irmãos de Jesus nem eram filhos de Maria com José, nem de José em casamento anterior, mas de uma outra Maria, irmã da Virgem e esposa de um Cléofas ou Alfeu. Essa doutrina foi aceita oficialmente pela Igreja no Concílio de Calcedônia, 451. Encontra-se, desse modo, incorporada à dos ortodoxos e católicos romanos. Além disso é defendida por muitos anglicanos, alguns luteranos e ainda certos teólogos protestantes.

Imaculada Conceição.

È aquela doutrina que afirma a ausência total do pecado em Maria, até mesmo daquele que, segundo a Igreja, é transmitido por herança de Adão. Apesar de hoje um dogma católico, não fez parte da tradição primitiva.
S. Agostinho afirma que ela nasceu com o pecado original, mas defende sua imunidade contra qualquer outro pecado. O mesmo defende S. Anselmo na sua homília: Cur Deus Homo II,16 (Porque Deus se fez homem”). A doutrina atual começou no século XII, quando foi criada a festa da Imaculada Conceição. A doutrina da Imaculada foi anunciada por Roma em 1852.

Mãe de Deus.

O título de “Mãe de Deus” foi-lhe dado, pela primeira vez , por teólogos de Alexandria, no séc. IV. No século III, Nestório refuta essa doutrina como atentatória à dignidade de Deus, mas a reação da cristandade foi unânime e enérgica, até violenta. A fim de que não se expusesse mais tarde essa parte vulnerável da fé popular.
O concílio convocado para debater a questão foi o de ´Éfeso (431). Por essa ocasião surgiu a oração que completa a Ave-Maria: “Santa Maria, mãe de Deus, etc.”. Igualmente data daí o costume de se ostentar a imagem da Virgem com o Menino, como símbolo de ortodoxia. Desse atributo, nasce o seu poder de intercessão junto a Deus em favor dos homens. Por isso, é cognominada de “onipotência suplicante”.
As primeiras representações cristãs da Virgem com seu filho estão calcadas em imagens mais antigas da deusa egípcia Ísis, a Irmã-Noiva de Osíris, trazendo ao colo seu filho sagrado Hórus, Deus da Luz.
Os poemas rituais de culto de Ísis e Osíris guardam semelhanças com o Cântico dos Cânticos, às vezes palavra por palavra. Nos rituais pagãos que cercam os mitos antigos, a deusa (a Irema-Noiva) vai ao túmulo no jardim para lamentar a morte de seu Noivo e se rejubila ao vê-lo ressuscitado.

O Papa Pio XII oficializou em 1950 o dogma de que “a imaculada mãe de Deus, a sempre santa Virgem Maria, no término do curso de sua vida terrena, ascendeu à glória celeste, em corpo e alma”. De lá para os nossos tempos, não faltaram milagres onde as estátuas da Virgem , começaram a derramar lágrimas muitas vezes de sangue.

E as escrituras e a Igreja Católica afirma e confirma em dogma sua virgindade antes, durante e depois do nascimento. “Era preciso que uma virgem, constituindo-se advogada (de todos que pecaram) de uma virgem (Eva), destruísse a desobediência de uma virgem pela obediência de uma virgem”. Entenderam? Esses milagres e crenças são um insulto a inteligência do ser humano. É para acreditar no Pai que decide, no Filho que salva e no Espírito Santo que inspira.
Ou como perguntava o fundador da ética o filósofo Sócrates: “Que é isso?” “Que entendeis?” Para ele uma pessoa só pratica um ato amoral por ignorância, assim como erra um cálculo por desconhecer suas regras e seu método de tratamento. O conhecimento claro e correto seria suficiente para sempre orientar a conduta humana às ações lícitas e boas.

O meigo Jesus, sonhador da Galiléia, é um homem bem diferente daquele descrito nos evangelhos, onde tem sido retratado como um louco, insensato, um mágico, um charlatão ou um Deus. Não era nada disso. Era simplesmente um profeta da longa fila de profetas orientais que procurava substituir o ódio pelo amor, a vingança pelo perdão, a ignorância pela humildade e o derramamento de sangue pela paz.
Seu verdadeiro retrato nunca foi desenhado e provavelmente nunca será, pois cada um dos seus “biógrafos” o pintou somente um quadro lisonjeiro de si mesmo, rotulando-o de Cristo.
O Jesus dos Evangelhos, fundador do Cristianismo, com seus milagres e sua auréola é uma figura tão sombria como o é o Cristo, de Bruce Barton e de Papini. E seu retrato, tal qual o possuímos hoje, é cheio de contradições, embora sua influência sobre a humanidade foi provavelmente maior que a de qualquer outra pessoa que jamais tenha existido.
Seus relatos estão registrados na Bíblia em quatro narrativas históricas chamadas Evangelhos, os últimos três anos e meio de sua existência na Terra. Os mais de dois mil anos que se passaram e a história de Jesus, o homem mais conhecido do planeta, ainda é um desafio e vai muito além da fé, pois influenciou mais de 2 bilhões de cristãos.
A imagem que se tem de Jesus é um produto artístico de pintores europeus que viveram um milênio e meio depois de Cristo. Nessas pinturas ele tem cabelos castanhos e olhos claros, uma combinação altamente improvável. Cientistas lançaram mão da medicina forense,e com base no crânio de um judeu palestino do século 1 crucificado o resultado foi um Cristo com aparência levantina. Ou seja, teria o rosto arredondado, com o nariz grosso, barba mais espessa e, como não podia deixar de ser, uma vez que vivia sob o sol mediterrâneo, sua pele seria mais morena que a que se vê nas pinturas renascentistas que o retratam. Na verdade, nenhuma pessoa viva pode provar que Jesus é filho de Deus, nasceu de uma virgem, se tinha barba, se ressuscitou.

Quando criança era de temperamento irrequieto e impetuoso. Quando seus pais o levaram a Jerusalém, afastou-se deles e foi discutir com os rabis, sábios, no templo ou na sinagoga. Seus pais o repreenderam quando o acharam ali, porém ele respondeu asperamente. Já então revelava-se inclinado a desrespeitar a autoridade de pessoas mais idosas e a seguir os impulsos de sua própria inclinação. Aqui os evangelhos perdem a pista, só voltando a falar dele depois de 18 anos.
O que fez durante os dezoito anos seguintes não sabemos exatamente, (com certeza logo surgirão novos biógrafos para relatar mais milagres). Jerusalém estava em seu auge de poder e beleza. Conquistada pelos romanos, em 63 a .C., a cidade passou por uma completa reformulação, que incluiu a construção de arenas, hipódromo, palácios e principalmente o impressionante templo erguido por Herodes, que Jesus visitou quando criança e discutiu com os sábios nas escadarias e antes de sua morte. Dessa obra gigantesca restam hoje, apenas um muro que os judeus chamam de Muro das Lamentações.
Escavações recentes revelaram que, ao mesmo tempo em que Jesus crescia em Nazaré, bem próximo era construída a monumental cidade de Séfores, idealizada pelo rei hebreu Herodes Antibas para ser a capital da Galiléia. Séfores estava a uma hora a pé de Nazaré e é muito provável que José e Jesus tenham trabalhado como carpinteiro em sua construção. Em Séfores, Jesus teria visto a família real e a opulência das famílias dos sacerdotes do Templo de Jerusalém e, provavelmente teve contato com a cultura dos hebreus helenizados.
Na idade de 30 anos o vemos deixar seus pais, mais uma vez, e peregrinar pelas margens do Jordão, onde entra bruscamente em cena e se incorpora no partido revolucionário do guru João Batista. João, era rude e pregava o ódio. Não se interessava tanto pela salvação dos arrependidos, como pelo castigo dos não arrependidos. O prazer, segundo ele, era um pecado e a prosperidade uma desgraça. Procurar a felicidade nesta vida era merecer o castigo eterno na vida futura. Para ser salvo deve-se ser batizado, deve-se vestir roupa rasgada, deve-se deixar crescer o cabelo, dispensar todo conforto possível, deve-se obedecer aos mandamentos de Deus e às exortações de João, o Batista..
Essa doutrina, desagradável e austera, a princípio atraiu Jesus. Ele também odiava as convenções e hipocrisia das pessoas que o rodeavam. Ninguém sabe ao certo até de que ponto Jesus começou a sua pregação, motivado por esse sentimento de injustiça social. A figura de João Batista naquela época era mais importante do que a de Jesus, que só se tornou uma ameaça a Roma, pelos tumultos e depois da crucificação (que morreu decapitado por ordem de Herodes Antipas - rei da Galiléia). O próprio primo Cristo teria dito ser João o “maior dos homens nascidos de mulher”.
A maioria dos historiadores acredita que seu primo João Batista, de fato deve ter batizado Jesus adulto, mas como se explica que Jesus foi batizado, já que, ele como enviado de Deus deveria batizar os outros ? Os evangelhos logo encontraram a solução e “resolveram” a polêmica ao narrar que, na hora do batismo, a pomba do Espírito Santo apareceu sobre Jesus e João Batista dizendo que ele é que deveria ser batizado.
Por que Jesus supostamente imaculado precisaria ser batizado, uma vez que esse ritual é um gesto simbólico da lavagem dos pecados e do compromisso com a bondade a partir daquele momento? Por que o Filho de Deus deveria se submeter ao que era nitidamente um gesto de autoridade da parte de João Batista? Embora irônico (ou lenda), tudo é uma questão de fé religiosa. Mas do que crentes e céticos parecem não ter dúvidas, é que o batismo realizado por João Batista foi o divisor de águas na vida de Jesus e começou a proclamar as palavras exatamente como Batista ensinou. João foi preso e Jesus ficou abandonado a si próprio.
Jesus durante algum tempo vagou pelas selvas, exatamente como Buda e Maomé haviam feito, em um período anterior e procurou projetar seus pensamentos nos fundos do deserto e do céu. Mais tarde, voltou a sua terra natal, ávido por levar sua nova mensagem a seu povo. Foi porém recebido a pedradas e com zombaria e sua família o rejeitou como um imprestável. Os cidadãos da elite de Nazaré ameaçavam atirá-lo num precipício, por ser um intrometido e perturbador da paz. O filho pródigo que voltara para seu lar, encontrara todas as portas fechadas. Os animais do campo tinham onde repousar, mas o solitário de Nazaré não achava um lugar para descanso.
Peregrinou então para as colinas da Judéia, como uma ovelha má de uma família humana. Seu coração estava cheio de ódio. Assim como João Batista, via os homens criados à imagem de feras. Reuniu em torno de si um grupo de pescadores, lavradores e outros desafortunados, que o destino lançara nas paragens do desespero e incutiu-lhes a esperança de coisas melhores. Aconselhou-os a abandonar suas famílias, e segui-lo. A aclamar o advento do Reino de Deus com as exatas palavras de João. Juntos, iriam de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, e estabeleceriam por toda a parte o reino do céu na terra. Formavam um grupo de alegres e irresponsáveis. Gostavam de comer, de beber e de brigar. Certa vez, quando uma aldeia lhes recusou hospitalidade, quiseram incendiá-la, Jesus porém dissuadiu-os. Experimentavam um grande prazer em fazer pouco das tradições do mundo, como ridicularizar o Sabá (Shabbat)., Observavam com arrogância que o Sabá fora feito para o povo, e não o povo para o Sabá e insultavam todos os que não estivessem dispostos a ouvi-los, chamando os de “sepulcros esbranquecidos”. Chegaram a pedir a Deus para destruí-los como destruíra os habitantes de Sodoma e Gomorra.
Foram os comunistas da época e Cristo foi o chefe embora, procurasse freiá-los quando se excediam e muitas vezes perdia o controle, como os demais. Não tinha paciência aos que estivessem indiferentes à sua mensagem, nem a sua linguagem e seus atos se haviam apurado até então. Quando o vigor de suas palavras não comovia seus ouvintes, perdia a paciência e se irritava recorrendo até a violência física. Nesse momento da vida dele, não havia nada de meigo nele.
“Quem não acreditar em minhas palavras, seja condenado!”.
Estava pronto a derrubar a injustiça com o chicote, e a se precipitar no reino do céu com a espada. (muito semelhante à pregação de Maomé).

Jesus possuía bom humor com as crianças e gostava delas. Onde quer que aparecessem o rodeavam e pediam que brincasse com elas. A chegada deles a uma aldeia era motivo de festa para a criançada. Cantavam canções populares. Era o alegre assobiador de Nazaré e as crianças estavam dispostas a acompanhá-lo até o fim do mundo. As crianças o compreendiam, sentavam e escutavam as suas histórias e fantasias com os olhos arregalados e os ouvidos atentos. Para elas nada havia de estranho ou impossível nas histórias fantásticas do “Novo Reino”. Ele ia conduzi-las pessoalmente àquela linda terra, onde jamais existiria o ódio e ou a guerra, a infelicidade, o sofrimento ou a morte. Ele sentia que eram as crianças e os jovens e não os adultos que o ajudariam a construir um céu na terra.
Os adultos já estavam estragados e inadaptáveis à aventura, e a verdade já lhes corroera os corações. O conhecimento de um mundo selvagem tornara-os cegos à beleza de um mundo mais nobre. Os adultos o questionavam (Quando chegarmos a seu Reino, quem vai sentar a sua direita e a sua esquerda ?), e o interpretavam mal e começavam a discutir e a brigar. E quando Ele escutava as palavras tolas dos adultos compreendia cada vez mais que vivia num mundo de crianças e que somente ele estava se elevando à altura mental e moral de um homem. Passando a compreender isso, não mais se zangava com eles: sentia dó. Foi aí, que tudo mudou da água para o vinho, e começou a mudar de tática mudando completamente a sua carreira. Não mais desejava trazer contendas para o mundo.
Por que perder o controle ou levantar a espada contra os que não sabiam proceder melhor ? Que adianta odiar e castigar um mundo de crianças? Não seria muito mais sábio puni-los com as armas da compaixão, e censurá-los com palavras de amor ? Tornou-se um batalhador ativo na luta eterna da paz. Dominou seu gênio, parou de combater a injustiça com a violência e deixou de pregar contra o mal com as palavras amargas da violência. Colocou de lado o chicote e a espada. Tornou-se o peregrino e embaixador da boa vontade e muniu-se com armas bem mais fortes: o perdão, a misericórdia e o amor.
O profeta amadurecido que proferiu o Sermão no alto da Montanha, não era mais o mesmo homem que rezara a Deus, pedindo para aniquilar seus inimigos e sua mensagem, passou a ser

“Amai vossos inimigos. Tende dó de sua ignorância.
Ensinai-os para saberem. Abençoai os que vos amaldiçoam.
Rezai para os que vos perseguem...”.

Em suas pregações dedicou especial atenção, aos desamparados , proscritos semelhantes a ele, às prostitutas, aos adúlteros, aos ladrões e à odiada categoria de cobradores de impostos, símbolo da denominação romana.
Ao longo dos séculos, consolidou-se a idéia de que a palavra de Jesus foi como uma febre a varrer a Palestina. Segundo relatos históricos, não foi bem assim. A pregação do Nazareno provavelmente não durou um ano inteiro. Já tinha seus seguidores e discípulos que aprenderam a amá-lo, mas profetas não eram um artigo tão raro naqueles tempos. Muitos contestavam a elite e o estilo de vida requintado dos sacerdotes e do rei Herodes Antipas. O discípulo, revoltoso ardente e leal de outro revolucionário, João Batista, já tinha conseguido “realizar” ,17 curas, 31 milagres, 6 exorcismos e profecias que atraíam muita gente, mas é provável que não se tratasse de multidões.
Não é possível afirmar que Jesus com 33 anos, agitador político estava decidido a morrer crucificado naquela semana de Páscoa. Mas há elementos para admitir que ele havia decidido ir até as últimas conseqüências para denunciar a situação..
Jesus invadiu o templo de Jerusalém para desbaratar os comerciantes que trabalhavam ali. Na quinta-feira, percebendo que o cerco apertava, os apóstolos celebram com Jesus a última ceia. A Imagem que ficou dessa cena, gravada por Da Vinci e outros pintores, nada tem de verdadeiro. Os judeus comiam deitados de flanco, como os romanos, e as mesas eram ordenadas em formato de U e não dispostas numa linha reta. Durante a ceia, Judas levanta-se para trair seu mestre ou, como alguns sugerem, para cumprir uma ordem dada pelo próprio Jesus. A captura acontece no Jardim do Getsêmani, onde Jesus e seus discípulos descansavam no caminho para Betânia, onde ficariam hospedados.
Foi preso, levado para o Sinédrio, o Conselho dos Sacerdotes do Templo, onde reafirma sua missão divina. É julgado e condenado. Existem provas da denúncia de Caifás a Pilatos. Estudiosos judeus afirmam, porém, que o julgamento perante o Sinédrio jamais ocorreu porque o Sinédrio não se reunia durante a Páscoa. Essa parte teria sido incluída tardiamente na Bíblia após a ruptura definitiva, entre cristãos e judeus. Na Bíblia não existe acordo sobre quais teriam sido os responsáveis pelo julgamento e pela posterior condenação à morte do Nazareno.
Um outro tema tratado nos evangelhos, a libertação de Barrabás, serviu para temperar essa suposta vontade coletiva dos judeus de condenar Jesus à morte. O privilégio de os judeus poderem pedir durante a Páscoa a libertação de um condenado não passa de uma lenda, segundo diversos estudiosos, como Paul Winter (1904-1969), em seu livro póstumo Sobre o Processo de Jesus, de 1974.

Na manhã de sexta-feira, na residência do procurador Pôncio Pilatos, Jesus é condenado à morte e obrigado a carregar uma cruz pelas ruas de Jerusalém (o percurso conhecido hoje como Via Crúcis não tem nada de histórico: foi inventado no século XIV,quando a cidade esteve nas mãos dos cavaleiros cruzados) e crucificado no monte Calvário (Calvarius, em latim) pelo procurador romano Pôncio Pilatos, na presença de soldados romanos. Na Páscoa, a guarda romana em Jerusalém se punha em alerta máximo, com a cidade repleta de gente inflamada por um festival religioso. Era uma oportunidade quase certeira para rebeliões contra Roma, onde muitos já haviam sido crucificados. Se a comoção pela chegada de Jesus tivesse sido excepcional, a reação teria sido imediata. Aos olhos de Caifás, o sumo sacerdote judeu de Jerusalém que o denunciou e do governador romano Pilatos, Jesus provavelmente não passava de mais um entre muitos indícios de instabilidade na região.
Se houvesse um jornal na época, sua morte provavelmente seria de pouca repercussão e seria noticiada pelos cronistas no caderno de policia e não na primeira página.
Logo surgiram rumores de que Jesus ressuscitara. Seus discípulos seguiram rezando no templo como judeus, mas alguns deles entraram em choque com o sistema religioso e se refugiaram em Antioquia (atual Turquia). Foi lá que receberam pela primeira vez o nome de cristãos, porque diziam em grego que seu mestre era Cristhos, o Ungido, o Messias.
O resultado nós todos sabemos - uma bela história, seja a da versão bíblica oficial, a apócrifa ou a que a ciência hoje propõe como a que tem mais chances de ser verdadeira.

“Todos pecaram e estão condenados à morte” (Romanos 3:23).
“Jesus assumiu nossos pecados” (Coríntios 5:21).


Para os judeus e para muitos, a idéia de que Deus tenha sacrificado seu filho na cruz (do latim cruciare, “torturar”), ou que um inocente deva morrer pelos pecados de outros, é inaceitável. Suas idéias terminaram afastando o Cristianismo do judaísmo.
Nas Filipinas, os seguidores, em Cebu, na Sexta-Feira Santa, ainda praticam e realizam o ritual e cerimônia de devoção extrema. Um homem tem envolto um turbante branco na cintura e uma coroa de espinhos na cabeça, simbolizando Jesus Cristo. Tem suas mãos e pés pregados na cruz, como pagamento de uma promessa.
Os seguidores de Maomé não acreditam que Jesus seja Filho de Deus (o Corão diz que Alá não gerou e não foi gerado). Repudiam a Santíssima Trindade, pois violaria o conceito da unicidade de Deus. Os muçulmanos também não crêem na crucificação e consideram Jesus um Profeta.

Como Jesus de Nazaré se tornou o psicólogo do mundo? Tudo veio relatado e chegou através da coletânea de textos conhecidos pelo nome de Evangelhos, literalmente boa mensagem, pela palavra que claro, Jesus nunca conheceu. Era um judeu falante do aramaico, um dialeto semita, aparentado ao hebraico, a língua corrente na Palestina. Em seu mundo sobrepunham-se três idiomas: o aramaico do povo, o grego das classes das grandes cidades da Ásia e o latim do dominador romano. De grego e latim, certamente, Jesus nunca soube uma palavra.
Como Buda, Jesus, não deixou nada escrito. Tudo que sabemos dele foi reportado por esses evangelhos, que nos chegam da igreja primitiva, depois que comunidades judaico-cristãs, se espalharam por todas as grandes metrópoles helênico-romanas do Mediterrâneo (Éfeso, Mileto, Tarso, Alexandria, Roma). São textos tardios.
O Evangelho de João deve ter tido sua redação final, mais ou menos cem anos depois da morte de Jesus. Houve centenas de Evangelhos (escritos por pessoas e seguidores de suas idéias). Cada Igreja devia ter o seu, fora quatro deles canonizados pela Igreja, quando esta se organizou como poder. Os demais foram condenados e “negligenciados”, ou através de vagas notícias dos escritores dos três ou quatro primeiros séculos da nossa terra. São os Apócrifos, o Evangelho dos Hebreus, dos Doze ou dos Ebionitas, de Pedro e outras coletâneas perdidas.
Os Evangelhos ditos canônicos atribuem-se a Mateus, Marcos, Lucas e João, discípulos diretos dos discípulos de Jesus.
Mateus e Lucas não chegam a um acordo sobre o nascimento virginal ou a genealogia de Jesus. Eles também se contradizem sobre a “Fuga para o Egito” e os escribas não conseguem produzir um mesmo relato para a crucificação e ressurreição. Dizer que Herodes matou as crianças em Belém para matar Jesus, como está em Mateus, é uma parábola. É afirmar que ele é o novo Moisés e Herodes é o novo faraó do Antigo Testamento. São textos escritos em grego, não grego de Platão ou dos grandes escritores de Atenas de quatro séculos atrás.
Como se vê, estamos lidando com uma documentação heterogênea, advinda de várias fontes, freqüentemente contraditórias.

Como achar o verdadeiro Jesus por trás desta floresta de versões sobre sua pessoa, feitos e ditos ?
Parece óbvio que os evangelhos representam a compilação de tradições e transmitidas, oralmente no interior das igrejas primitivas, “feitos e ditos do Senhor”, passados de boca-em-boca, de orelha-a-orelha, evidentemente ampliados e deformados pela imaginação, tão afeita a prodígios. O próprio caráter fragmentário e descosturado dos evangelhos, enquanto textos, confirmam essa hipótese. Os episódios evangélicos são ligados, praticamente, pela conjunção “e”, o que faz deles uma obra aberta, onde outros episódios poderiam, ser inseridos, sem dano ao conjunto. “E Jesus disse”, “E Jesus foi”, “Jesus veio”!

“O Novo Testamento” é, em si, uma fonte altamente duvidosa. Uma das descobertas mais impressionantes do professor Bart Ehrman é a de que o relato da ressurreição de Jesus no Evangelho de Marcos só foi acrescentado muitos anos depois. Mas, de acordo com o Novo Testamento, a coisa podia ser feita de forma bastante simples. Jesus conseguiu isso duas vezes no caso de outras pessoas, com Lázaro e a filha de Jairo, e ninguém parece ter achado importante entrevistar nenhum dos sobreviventes para perguntar sobre suas experiências extraordinárias. Aparentemente ninguém também parece ter mantido um registro de se esses dois indivíduos “morreram” de novo ou não, e como. Caso tenham permanecido imortais, então eles se juntaram à antiga companhia do “Judeu Errante”, que foi condenado pelo Cristianismo primitivo a continuar caminhando para sempre após ter encontrado Jesus na Via Dolorosa. No mesmo dia em que Jesus encontrou aquele passante azarado, ele mesmo foi levado à morte com crueldade revoltante, momento em que, de acordo com o Evangelho de Mateus 27:52-53:

“Abriram-se os túmulos, e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram. E, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e foram vistos por muitos”.

Isso parece incoerente, já que os cadáveres aparentemente se ergueram no momento da morte na cruz e na Ressurreição, mas é contado da mesma forma natural que o terremoto, o dilaceramento do véu do templo (dois outros acontecimentos que não despertam a atenção de nenhum historiador).
Essa suposta seqüência de ressurreições serve apenas para abalar a singularidade daquela pela qual a humanidade conquistou o perdão dos pecados. Não há culto ou religião, antes ou depois, de Osíris a vampirismo, passando por vodu, que não se baseie em alguma crença inata no “revivido”.
Se Cristo ressurgiu dos mortos, por que ele não apareceu a seus inimigos? É possível a ressurreição de um morto, quando não se conhece um entre bilhões? Por que devemos acreditar nisso? Por que ele não fez outra entrada triunfal a Jerusalém? Se ele ressuscitou realmente, por que não fez isso em público, na presença de seus perseguidores? Por que esse milagre, o maior dos milagres, tinha de ser feito em segredo, num canto? Esse era um milagre que poderia ser visto por uma grande multidão – um milagre que não poderia ter sido simulado – um que poderia ter convencido centenas de milhares. Isso foi um acontecimento totalmente improvável ou excepcional. A tolice e a cegueira o são menos! Crer em milagres é não apenas crer sem compreender, o que é ordinário, mas crer por não compreender. Já não é fé, e sim credulidade no inexplicável.

Até hoje os cristãos discordam sobre se o Dia do Juízo devolverá você a velha “carcaça” de um corpo que já morreu ou o reequipará de alguma outra forma. Por enquanto, e revisando até mesmo as alegações feitas pelos fiéis, só é possível dizer que a ressurreição não provará a verdade da doutrina do homem morto, nem sua paternidade nem a probabilidade de outro advento em forma carnal ou reconhecível. Mas há coisas demais sendo “provadas”. O ato de um homem que se oferece para morrer por seus semelhantes é universalmente considerado nobre. A alegação adicional de não ter “realmente” morrido torna todo o sacrifício fraudulento e prostituído. Assim aqueles que dizem: “Cristo morreu por meus pecados”, quando na verdade ele não “morreu” de modo algum, estão fazendo uma afirmação falsa em seus próprios termos.
Não havendo testemunhas confiáveis ou consistentes no período de tempo necessário para atestar alegação tão extraordinária, finalmente podemos dizer que temos o direito, quando não a obrigação, de nos respeitarmos o suficiente para desacreditar da coisa toda.
Ou seja , a não ser que, ou até que, sejam apresentadas provas superiores, o que não aconteceu. E alegações excepcionais demandam provas excepcionais. ... Nada, na verdade, a não ser o crescimento de uma grande nova superstição, baseada em uma crença, em textos ocultos e fragmentos disponíveis apenas a poucos escolhidos.
“A única decisão responsável é suspender ou anular o julgamento até que os devotos apresentem algo que não seja meramente infantil.”, conforme o jornalista e escritor Cristopher Hitchens, em seu livro “deus não é Grande”, Ediouro, best seller, lançado recentemente.

Não resta dúvida de que por trás desses ditos e feitos, pode ter existido uma pessoa real, de carne e osso ,um Rabi, que levou os romanos a trocarem os deuses por um só Deus. O qual trouxe uma nova moral e que nunca pensou em fundar uma Igreja (minha mensagem só necessita de corações sinceros que a transmitam; não de palácios ou falsas dignidades e púrpuras que a cubram; o amor não necessita de templos ou legiões; deixa que cada espírito encontre o seu caminho. Ai dos que monopolizam Deus ). Embora haja pouca ou nenhuma evidência da vida de Jesus. A figura do profeta Maomé em contraste, que foi pai, político, general e teve registros que comprovam toda a sua existência.
Jesus apenas como um homem, não mais que Confúcio, Buda, Lao-Tsé, Zoroastro, Epicuro... (não como Deus ou filho dele) inspirou os escritores com sua mensagem de paz, não violência e de amor.
Até movimentos de operários que viam nele um socialista, e inspirou também a Teologia da Libertação. Fernando Armindo Lugo Méndez, ex-bispo da Igreja Católica é partidário da Teologia da Libertação foi eleito Presidente do Paraguai, após 60 anos de poder do partido Colorado.
O certo é que séculos depois, a cruz, a imagem brutal da sua crucificação, foi usada pelo Cristianismo para trazer a idéia da salvação da “alma” e “vida eterna” que não existia na religião romana. Mas já existia nas antigas religiões egípcias, como fator político.
A cristologia é á maior arma de marketing do mundo a serviço das religiões. E Yeshua, o judeu pobre que morreu praticamente despercebido, (assim como Confúcio) na Páscoa em Jerusalém, ficou conhecido por boa parte do Mundo como Jesus. Talvez ser filho de Deus seja apenas isso.

Os lugares santos cristãos surgiram a partir da visita de Helena, mãe do imperador romano do oriente, Constantino, à cidade. Após a adoção, por seu filho, do cristianismo como prática religiosa, foi ela quem localizou em “Belém” o lugar de nascimento de Jesus e quem encontrou o túmulo de Cristo em Jerusalém.

A disputa entre a ciência e religião pela posse da verdade é antiga.
A primeira batalha foi vencida pela Igreja, que obrigou Galileu a negar suas idéias para não ser queimado vivo. Perdeu quando Darwin provou a Teoria da Evolução e a Origem das Espécies contra a criação Divina, também para Einstein e mais recentemente para as pesquisas do genoma humano.
Pouco a pouco a religião vai perdendo a autoridade para explicar a origem do mundo e do homem. Nas últimas décadas, a Bíblia escrita em uma época de ignorância, superstição e crueldade, passou a ser alvo da ciência como a filologia (o estudo da língua e dos documentos escritos), a arqueologia e a história, que estão provando que o livro mais difundido da história é em sua maior parte, uma coleção de mitos, lendas e propaganda religiosa.

Vamos agora ignorar todas as contradições daqueles que relatam a história original e supor que ela é basicamente verdade. Quais são as conseqüências e a moral da questão do sacrifício humano acontecido há dois mil anos atrás e que tanto impressionou os humanos? Acompanhar a história não é uma tarefa fácil, mas vamos tentar esclarecer.
Para conseguir o benefício dessa oferta maravilhosa (assim como no Gênesis), fomos levados a acreditar que somos responsáveis pelo açoitamento e pela crucificação, na qual não tivemos participação nenhuma.
Tenho que aceitar que sou responsável pelo acontecimento, embora não estivesse presente. Tenho que assumir a responsabilidade, se não estarei pecando e fugindo a minha responsabilidade e intensificando sua agonia. É exigido que eu acredite que a agonia era necessária, de modo, a compensar um crime anterior no qual também não tive participação, o pecado de Adão. Dessa forma, minha própria culpa na questão é considerada “original” e inescapável e se eu a rejeitar estarei sofrendo mais que no Calvário. Jesus ao mesmo tempo desejava e precisava morrer e foi portanto para Jerusalém na Páscoa para fazer isso. Todos os que tomaram parte em seu assassinato estavam, sem saber, fazendo a vontade de Deus e cumprindo antigas profecias.
Afirmar que: Jesus assumiu nossos pecados; todos pecaram e estão condenados à morte; o pecado destruiu nossa relação com Deus; Deus é amor e por isso decidiu nos salvar; Jesus liberta da enfermidade; restaura a vista dos cegos (Lucas 4:18); salva o homem (Efésios 2:8); tome a sua cruz e seja feliz; crendo em Jesus receberemos a vida eterna (João 5:11-13; João 17:3; 3:16). É uma questão individual de aceitação puramente de fé religiosa.
A coletivização da culpa, em síntese, é totalmente imoral em si, não mais do que uma questão de crença e fé, como a religião ocasionalmente foi obrigada a admitir. E ainda os cristãos dizem que após a sua crucificação Jesus “desceu ao inferno”, onde teria salvado ou convertido os mortos. A religião legitima tudo isso, o que nos leva a crer que as religiões (e as igrejas) são fabricadas e ainda competem no mercado.

Esse exemplo de vida transmitido pelos evangelhos sobre Jesus, agora estamos recebendo pela mídia eletrônica que disputam seus fiéis para sua fileiras. Estão usando a figura Dele (simples e silenciosa) indevidamente como lugar de venda da fé. Cristo tornou-se o “marqueteiro” das religiões como a solução de todos os problemas. Milhões são gastos diariamente em uma avalanche de programas de televisão em rádios e jornais. Diante de tantos convites para uma determinada fé, em detrimento de outra, é difícil não ficar em dúvida de qual é a verdadeira religião a ser seguida. A exposição exagerada da fé cristã, está tornando a religião em algo banalizado e tão comum que as pessoas não estão se dando conta de quanto deveria ser o cuidado e respeito que o nome de Jesus deveria ser usado.
Será que o Jesus Cristo dos cristãos anunciador de Deus, se sente bem como mero produto de venda e consumo ? Será que ele está feliz ao ser apresentado dessa forma como a solução de todos os problemas?

Numa fase em que a condição de filho de Deus não está muito clara. Quer ampliar conhecimentos e estudos bíblicos, com humor e ironia? Leia o livro “O Cordeiro”, de Cristopher Moore, absolutamente hilariante. Cristo surge como jamais surgiu na Bíblia: quando era criança e adolescente.
Esse livro me faz lembrar o filme que o grupo inglês de humoristas Monty Python fez em “A vida de Brian”. Na tela, um falso Cristo quanto mais erra, mais acolhe seguidores.

O que os crentes farão agora que sua fé é opcional, se querem sofrer como “joelho de freira” na Semana Santa. É particular é irrelevante é problema deles. Não devemos nos importar, desde que não façam tentativas de inculcar a religião por qualquer forma de coerção e através de dogmas. Somos humanos e livres e nada pode ser imposto. Temos que ter a nossa opção de vida e livre escolha nessa sociedade cristã e patriarcal com raízes históricas.
Sempre preferirei a honestidade da dúvida – embora me considere ignorante quanto a tudo que sei – o tipo de consciência em que haja progresso em qualquer tipo de conhecimento. Tudo deve ser uma livre escolha consciente de cada um.
Quando você se livrar de suas antigas heranças, convicções e doutrinações incoerentes, hipóteses, supertições (que já existiam há milhares de anos, para o bem e para o mal), inflamadas pelo fogo da religião, com certeza irá se sentir melhor e permitir que sua mente livre pense por conta própria e com sabedoria.


“Não acredito que, medindo vantagens e desvantagens, a crença religiosa tenha sido uma força a favor do bem.
Embora esteja disposto a admitir que em certas épocas e lugares produziu bons resultados, considero-a pertencenteà infância do raciocínio humano,
a uma fase de desenvolvimento que já estamos superando.”

Bertrand Russel

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