Tese III: De onde viemos ? O acaso e a necessidade
Pôde o conjunto constante do acaso e da necessidade, durante milhões de anos, sem intervenções exteriores e segundo as leis naturais da física e da química, ter como resultado a incrível variedade da vida terrestre, incluindo o próprio homem ? Os cientistas que investigam a ciência – o natural - dizem que sim; os criacionistas – os religiosos – que investigam o espiritual, que não. Palavra, contra palavra, vamos tentar desvendar estes mistérios, para o leitor leigo.
O próprio conceito de Criador em si não é científico, pois toda e qualquer prova a favor ou contra sua existência poderia ser explicada como sendo prova desse mesmo Criador. Diante da afirmação de que tudo é matéria, tudo é átomo, a fé sente-se contrariada porque, se tudo é assim. Deus não pode ser imaterial. E, pior, sendo material, é corruptível. Sendo assim os dois estão em franca colisão.
A ciência baseia-se, todavia, estritamente em provas e teorias que, de alguma forma, se deixem comprovar. Tudo que vive hoje é resultado de uma única molécula DNA (“o livro da vida”, biblioteca genética, glorioso repositório da informação genética), que surgiu no ambiente do Universo há 4 bilhões de anos atrás e se mostrou eficiente a ponto de superar qualquer concorrência que possa ter surgido na época. Você, sua samambaia (uma das mais antigas da terra, assim como ciclâmen e alagas) e a bactéria mais antiga que conhecemos, e as bactérias que vivem no seu intestino, são todos parentes, filhos dessa criatura, essa grande mãe.
A partir de 540 milhões de anos atrás, a vida tomou conta do planeta, se multiplicando como nunca com a ajuda da fotossíntese. Ao converter luz do Sol e gás carbônico em alimento, as criaturas que fazem fotossíntese desenvolveram uma maneira sustentável de viver (luz solar não faltou). Só que o mais importante é outra coisa: a fotossíntese gera moléculas de oxigênio. A graça do oxigênio é que ele produz bastante energia. Quanto mais oxigênio, teve na atmosfera, então, mais as portas se abriram para animais de grande porte como nós, que consumimos trilhões de vezes mais energia que um ser unicelular. Usando o oxigênio como combustível, a vida cresceu. E há 230 milhões de anos essa mania de tornar as coisas grandes fez surgir os dinossauros, criaturas a meio caminho entre os répteis e as aves, que dominaram a Terra até um asteróide gigante se chocar com o planeta, há 65 milhões de anos, e acabar com a festa deles.
A esta altura, os primatas já estavam se desenvolvendo, ainda que fossem bem pequenininhos e vivessem na sombra dos dinos. Um longo caminho de evolução de cerca de 2,5 milhões de anos, fez surgir o Homo habilis e depois o Homo sapiens. Na África, cerca de 180 mil anos atrás, apareceram os primeiros seres humanos anatomicamente modernos, mais ou menos como você, que agora sabe de onde veio. De lá para cá se espalharam pelos continentes. Lembrando que, um planeta do tamanho de Marte deu uma trombada na Terra, há 4,5 bilhões de anos, levantando toneladas de poeira. Esse pó todo formou uma bola na órbita da Terra. Nascia a Lua.
A tese de Deus Criador em seis dias ou períodos como preferem os muçulmanos, é uma questão de Fé; a Tese da Evolução da Vida, pelo contrário, é comprovada, através da própria natureza. Os cientistas recolheram milhões de dados acerca das atuais formas de vida, bem como das já extintas. Com o auxílio da Teoria da Evolução de Darwin, foi possível construir uma árvore genealógica da vida e, assim, traçar relações de parentesco entre os seres vivos atuais e no momento é prova absoluta a tese de que a vida se organiza a si própria, partindo apenas da matéria inanimada. Darwin, que não queria estremecer o mundo e só queria conhecer a verdade, quando a conheceu, abalou uma fé que tinha muitos séculos e foi denunciado como inimigo , denunciado como louco e finalmente reverenciado como um gênio. Sobre o livro de Gênese: (Deus fez do barro Adão e de sua costela Eva) a natureza prova o contrário. Eu apenas registro o que observo, a natureza nunca mente.
“Se a Bíblia está errada ao nos dizer de onde viemos, como podemos
confiar nela ao dizer pra onde iremos?”
Justin Brown
“Evolução”, este termo designa mudanças contínuas, alterações atrás das quais se supõe uma determinada tendência. Nossa moderna imagem do mundo é caracterizada pela idéia segundo o qual o universo, as estrelas, a Terra e os próprios seres vivos sofreram uma evolução que durou longas eras – um desenvolvimento não-programado que se caracterizou por alterações graduais, reguladas por leis físicas de validade universal.
Experiências de laboratório recriaram o início da vida, em que as condições primitivas da Terra são simuladas quase à perfeição, com a reprodução de grandes números de fatos que provavelmente contribuíram para dar origem aos primeiros seres vivos. Dessa forma, descobriram que a vida não poderia mais figurar como um simples e único milagre estatístico ou um puro acaso, como o Prêmio Nobel francês Jacques Monod havia afirmado alguns anos antes, pois de um sem-número de possíveis elementos da vida que o acaso originou, a necessidade guiada pelas leis da natureza, é sempre levada a escolher os mais convenientes.
Os crustáceos, como os camarões, são muito mais antigos que as pessoas, os primatas ou até mesmo os mamíferos. As algas remontam a 3 bilhões de anos atrás, muito antes dos animais, quase até a origem da vida sobre a Terra. Só a partir dessa “domesticação do acaso”, como a chamou o prêmio Nobel alemão Manfred Eigen, “pode iniciar-se a evolução da vida”.
Pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, descobriram que dois micro-organismos encontrados em uma poça de ácido em uma mina de cobre podem ser os menores seres vivos do nosso planeta. Os micróbios, do grupo Archaea, têm apenas uma célula e são capazes de viver em um ambiente tão inóspito quanto fluido de bateria. As informações são do Live Science. Os seres foram encontrados há quatro anos, mas agora os cientistas reconstruíram seus genomas e descobriram que eles estão entre as mais simples e menores formas de vidas já vistas. Segundo os pesquisadores, muitos vírus são menores que esse micro-organismo, mas os vírus não são considerados seres vivos. Um deles, nomeado de Arman (abreviatura em inglês para nano-organismos acidofílicos archaeal da mina de Richmond e também uma homenagem ao dono da mina onde foram encontrados, Ted Arman) são rivais em tamanho de outro Archaea encontrado no local que vive como parasita. Os pesquisadores encontraram em 10% dos Arman protuberâncias originários do rival, nominado como Thermoplasmatales. "É realmente notável e sugere um tipo de interação nunca vista antes na natureza", diz Brett J. Baker, de Berkeley.
Às descobertas dos geólogos e paleontólogos sobre o passado juntaram-se os conhecimentos dos médicos e biólogos. Assim, em 1699, o inglês Edward Tyson publicou o primeiro tratado sobre a anatomia comparada do homem e do chimpanzé: o parentesco evidente não se podia ocultar mais tempo.
O filósofo francês René Descartes (1596-1650) pareceu antever esse “ataque” contra a posição privilegiada do homem, uma pequena diferença que o tornaria superior ao resto da natureza: “cogito ergo sum” (“penso, logo existo”). Também o biólogo sueco Lineu (1707-1778), que criou as bases de um sistema de classificação de plantas e animais, até hoje válido, acreditava na posição “especial” do homem, ao classifica-lo juntamente com o símios na ordem dos primatas: isso não significava para ele que os símios e o homem fossem aparentados entre si, pois naquele tempo considerava-se que Deus havia criado todos os seres vivos independentemente, entretanto já pairava a idéia do lento desenvolvimento dos seres vivos – da evolução.
O francês Jean-Baptiste de Lamarck, elaborou em 1809 a primeira teoria séria acerca da evolução, ao descrever a transformação dos organismos no decorrer dos tempos, desde os menores seres vivos até os mais complexos animais e plantas – incluindo o homem. O naturalista descobriu que a “evolução” tem muito em comum com a “ adaptação” e dura longos tempos. Um contemporâneo de Lamarck, Erasmus Darwin, avô de Charles Darwin, já se encontrava na pista certa ao perguntar se a seleção natural não seria o motor da evolução, Em suas últimas obras, ele especulou sobre as possibilidades de todos os seres descenderem de um ancestral comum e sobre o modo através do qual as espécies poderiam ter-se transformado. Nós humanos, somos recém-chegados, pois só surgimos há uns poucos milhões de anos.
Francis Crick em 1953 , num artigo para revistas Nature;
“Gostaríamos de sugerir uma estrutura para a molécula de ácido desoxirribonucléico (DNA), com novidades que são de considerável interesse para a biologia.”
Embora quase humilde, essa introdução anunciava uma das mais notáveis revoluções científicas do século XX. As observações e conclusões que vinham a seguir no texto de Crick eram o primeiro passo para a descoberta da estrutura do DNA, o código genético da vida, que determina as características de todas as espécies e, dentro delas, de cada um dos seres.
As idéias de Crick, elaboradas com a ajuda de um colega, o americano, James Watson, fundaram biologia molecular e a hoje chamada engenharia genética. Por suas descobertas, a dupla ganhou o Prêmio Nobel de 1962 - a eles juntou-se ainda o neozelandês Maurice Wilkins, cujo trabalho com Raio X de moléculas ofereceu evidências cruciais para que a estrutura do DNA pudesse ser desvendada. Francis Crick, morreu com 88 anos na Califórnia, onde morava e seu trabalho foi tão importante para a biologia quanto à de Charles Darwin, e equivalente à de Albert Einstein para a física. Por meio de suas pesquisas, pela primeira vez a própria natureza da vida pôde ser explicada à luz dos fenômenos físicos e químicos.
Na prática, elas abriram caminho para que hoje se possam fazer testes de DNA que comprovam parentescos ou capturam criminosos, tornaram possíveis as clonagens de seres vivos., como no caso da ovelha Dolly, e a produção de alimentos geneticamente modificados, os transgênicos. As descobertas de Crick e Watson mudaram todos os paradigmas da biologia, até então ninguém de nós sequer sabia o que era um “gene”, comenta o professor Paul Berg, da Universidade Stanford, ele próprio vencedor de um Prêmio Nobel.
Crick e Watson trabalharam sempre juntos durante o longo processo, que os levou a decifrar a estrutura da molécula do DNA, mas sabe-se que o primeiro era o cérebro por trás das descobertas. Crick era dono de uma personalidade forte e envolvente, de um apetite interminável por conhecimento e era um raro talento para estabelecer parcerias produtivas no meio científico. O historiador Horace Freeland Judson, em seu livro “O Oitavo Dia da Criação”, o define da seguinte forma:
“Através da inteligência e da sagacidade, do charme pessoal e da fina ironia, ele coordenou as pesquisas de muitos outros biólogos, ordenou seus raciocínios, julgou suas discordâncias e os iluminou.”
Muitas vezes ele também enfureceu colegas, de inveja, ao explicar-lhes por que suas teorias estavam equivocadas ou qual era o verdadeiro significado dos dados que eles tinham em mãos. Seu jeito exuberante, digamos britânicas também se tornaram lendárias no meio acadêmico. O diretor do laboratório da Universidade de Cambridge, onde ele desenvolveu suas pesquisas moleculares, freqüentemente era obrigado a se retirar do local por não conseguir trabalhar sob a algazarra causada pelo entusiasmo de Crick. Seu parceiro Watson conta que, no dia em que eles chegaram à sua descoberta principal, a “dupla hélice” que representa a estrutura do DNA, Crick correu, para o pub onde ambos costumavam almoçar e gritou para os presentes que havia “descoberto o segredo da vida.” A platéia, evidentemente, achou que ele exagerara na cerveja. Depois, ao chegar em casa, repetiu o discurso para a esposa, a pintora Odile, que mais tarde comentaria o episódio: “Nem dei bola, porque ele vivia chegando em casa e dizendo coisas desse tipo.”
Em meados dos anos 60, já tendo aperfeiçoado sua teoria em vários aspectos. Crick resolveu dedicar-se a outro campo da biologia. Passou a pesquisar como um organismo completo pode se desenvolver a partir de um ovo – ou óvulo – fertilizado.
Em 1977, mudou-se para a Califórnia e novamente reorientou suas pesquisas, desta vez para estudar a natureza da consciência. Já com mais de 70 anos, tinha poucas expectativas de conquistar grandes avanços na nova área que escolhera, mas isso não importava. “Na fase da vida em que estou, tenho o direito de fazer as coisas só por diversão”, escreveu na época. Hoje, com o genoma humano já decifrado (o DNA é composto de 3 bilhões de bases químicas, que codificam todas as informações biológicas necessárias para gerar e manter uma pessoa), as descobertas de Crick apontam para horizontes ainda mais fantásticos. Já é possível até imaginar medicamentos personalizados, de acordo com o código de cada um. Quer conhecer mais sobre o assunto e seu código genético, navegue no site em: 23andme.com ou decodeme.com
Somos animais elevados e inteligentes e mesmo o mais elevado de nós tem uma origem inferior e descendentes da bactéria original,, que deu início à vida e à evolução das espécies, tudo provado pela ciência e sem “milagres”.
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“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.”
Mário Quintana.
“A ciência está aberta à crítica, que é o oposto da religião. A ciência
implora para que você prove que ela está errada – que é todo o conceito
enquanto a religião o condena se você tentar provar que ela está
errada. Ela te diz: aceite com fé e cale a boca.”
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