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25 de outubro de 2010

Capítulo 62: BEN OKRI - Autor do livro In Arcádia

BEN OKRI - Pensem por si mesmos !


Se todos fizessem aquilo que nasceram para fazer, o mundo seria um lugar muito melhor. Segundo o pensamento de Ben Okri, escritor nigeriano, que vive em Londres, ganhador do Prêmio Booker, autor do livro “In Arcádia”, que diz que as pessoas aceitam as coisas sem pensar.
Estamos numa era da mídia, repleta de fragmentos sonoros e presidentes de vários países fazendo graça. Uma época de pesquisas de opinião que diluem significados e fazem uma lavagem cerebral na opinião pública. Quem ainda têm uma opinião própria ? Como descobrimos nossas próprias opiniões ?

As respostas de Ben Okri parecem discordar da cultura moderna. Ele defende a consideração cuidadosa, a formação deliberada de uma opinião e, acima de tudo, a originalidade. Em seu íntimo, ele desejaria poder se sentar contra o muro na antiga Atenas e discutir os problemas do mundo com o filósofo Sócrates, analisando todas as coisas em profundidade. Isso não seria encarado como um exercício intelectual de filosofia, mas como a única forma de se chegar à verdadeira liberdade: pensar por nós mesmos. Não estamos fazendo perguntas o bastante.

Na mídia, são ouvidas sempre as mesmas vozes. Isso cheira a censura e entristece Ben Okri, para quem a maior de todas as liberdades seria não ser um nigeriano, mas apenas ser ele mesmo. Quando falo do seu livro , “In Arcádia” (Phoenix House, 2002), a ficção e não-ficção se misturam e seu talento de escritor, que fala frases bem feitas, realmente impressionam e os créditos desta leitura abaixo são de Jurriaan Kamp.

“O problema de nosso mundo, não é só, que há muitas pessoas despreparadas ideologicamente. Nosso problema é que há muitas pessoas inadequadas para seus trabalhos. Elas não seguem sua verdadeira natureza. Uma parte importante da solução política, para muitos dos problemas de nossa época, não pode ser encontrada no campo da política. Ela está na educação e no indivíduo. Muitas pessoas estão em atividades, que não condizem com a sua natureza. Essa não é a melhor forma para elas contribuírem nesse mundo.
Quando você está em conflito com sua vocação, você adquire uma visão distorcida do mundo. E quando você doa, sua contribuição acaba distorcida também. Quando um fazendeiro deseja se tornar um escultor, e um escultor deseja se tornar um pintor de paredes, temos muita confusão e conflito. Maus políticos levam a más políticas, maus jornalistas levam a um mau jornalismo. Tudo depende da vocação. Se mais pessoas seguissem suas vocações, teríamos mais felicidade nesse mundo.

A educação tende a nos separar de nosso verdadeiro eu. Educar não é enfiar fatos na cabeça das crianças . A educação deveria ajudar as crianças a descobrir seus talentos e suas melhores qualidades, não importa o quão humildes ou quão exaltadas. Acho que isso nasce com os nossos pais. Eu tive bastante sorte por ter um pai que, num dado momento, me permitiu seguir meu próprio caminho. Ele queria que eu fosse um advogado, mas quando insisti em meu desejo de ser um escritor, ele me deixou escolher. Se seus pais determinam tudo, será tarde demais para descobrir, quais são seus melhores talentos. Eles devem deixá-lo tratar a vida como um “work-shop” onde você trabalha sozinho para construir quem você é. Cometendo seus próprios erros, tropeçando pela vida, acaba ficando claro que você é melhor nisso do que naquilo. Ou que você se sente mais feliz quando faz uma coisa do que quando faz outra. Acho que isso é que torna possível o sucesso. Permitir que uma criança seja um pouco mais livre faz com que ela descubra sua vocação naturalmente.

Liberdade é a grande questão do século 21. Não o terrorismo. Nem mesmo a religião. É liberdade. Pensamos que liberdade é a liberdade de só fazer o que queremos. Pensamos que liberdade é o consumismo, que liberdade é ter escolhas ilimitadas. Mas eu acho que esse conceito de liberdade é muito materialista. A nova liberdade que devemos nos dar é a liberdade de não delegar nosso pensamento a algum figurão cultural. As pessoas aceitam as coisas sem pensar. Elas assumem pontos de vista antes de pensarem por si mesmas, antes de descobrirem como elas se sentem em relação a uma questão. As pessoas devem usar sua liberdade para pensar por si mesmas.

Acredito muito nisso, por uma razão muito simples. Acredito que, na essência, todos partilhamos da condição do artista. Na essência, todos partilhamos da capacidade de ouvir e selecionar o que tem valor para nós, o que é bom para nós e para nossas crianças e com que tipo de pessoas gostamos de estar. Essa era da internet e da vox populi realmente torna possível as pessoas se expressarem mais do que nunca. Mas a coisa fundamental que falta é pensar com clareza. Isso não é e nunca foi ensinado nas escolas. Isso não existe em nenhum aspecto do currículo escolar em nenhuma das disciplinas além da filosofia. Pensar deveria ser incluído como matéria em todas as escolas. Estive em muitas salas de aula observando, às vezes com muita atenção professores lecionando e percebi duas coisas: os professores raramente fazem as perguntas certas e os alunos têm medo de se expressar. Seja por timidez ou medo. As crianças só podem aprender a pensar aprendendo a responder às perguntas que lhes são feitas. Precisamos encoraja-las a se expressar desde cedo. Acho que perdemos alguma coisa quando abandonamos o método socrático de ensino, o diálogo socrático.

Uma vez que aprendemos a pensar com clareza, não precisamos de toda essa gente, incluindo eu mesmo, para vir interpretar o mundo para os outros. Nós não somos livres e não merecemos nossa liberdade até cultivarmos a arte de pensar com clareza, até tomarmos a liberdade de fazer perguntas sobre todas as coisas que supomos sobre o mundo. Sobre nossa história. Sobre o que vemos e o que não vemos com nossos próprios olhos. É a liberdade de se aventurar além da televisão e do jornal. É a liberdade de não acreditar mais no que nos contam, então não precisaremos mais de pessoas que tomem as decisões por nós. Nós delegamos uma parte muito grande de nosso destino a nossos líderes e, então, ficamos sentados esperando que eles tomem as decisões por nós. E depois fingimos que não nos sentimos culpados por essas decisões se, por exemplo, eles decidem bombardear um povo do outro lado do mundo por motivos que não são claros para nós.

Não é bom para as pessoas ficar vagando nas ruas, sem saber o que pensar, para depois ler no jornal, em casa , o que os outros têm a lhe dizer. Isso não é saudável. As pessoas deveriam ser capazes de ouvir o que acontece e discutir entre si. Dessa forma, melhores decisões são tomadas. Precisamos aumentar a qualidade do pensamento, da discussão e do debate entre todos os nossos cidadãos. Sabe, você tem que ser capaz de perguntar a uma criança de doze anos se ela uma boa idéia envolver-se numa guerra em qualquer parte do mundo. Essa criança deveria ser capaz de pensar no assunto e dizer: Papai, por que estamos entrando nessa guerra ?
Ela é justa? Existe um bom motivo para isso ?
As pessoas que vão se machucar, são nossos inimigos ou pessoas inocentes?
Essa é uma guerra unilateral ?
Essas são questões legítimas e de senso comum que uma criança de doze anos deveria ser capaz de perguntar.

Carecemos de conhecimento e de visão. Acho que isso é um tipo de prisão. Acreditamos que as pessoas só devem viver no lugar onde nasceram, como se tivessem assinado um contrato com Deus: “Eu nasci em Birmingham e prometo nunca sair de lá”. Essa prisão contribui muito com a ignorância que existe no mundo. É necessário que as pessoas viajem mais para conhecer outras cidades e outras culturas, morar em outras cidades e outros países.
É por isso que é importante ensinar as crianças a pensar com clareza, viajar com elas. Acho que afastar uma criança gradualmente de onde ela está se origina uma influência importante para libertar a mente e reduzir o preconceito. Você dever tratar o problema do racismo de uma forma que não é somente política. Você não pode acabar com o racismo através de leis. É importante compreender por que as pessoas são como são e porque pensam daquela forma. É a liberdade de expandir constantemente sua definição do que você pensa e experimenta, sempre permitindo novas possibilidades.
É a liberdade de investigar nosso outro lado, o lado que não possuímos. Você precisa desse conhecimento para encontrar sua vocação. Você não acorda simplesmente e se torna um fotógrafo. Você precisa entrar no processo. Você precisa aprender e se entregar e, em algum momento o domínio virá a você. Somente então você pode começar a tirar fotografias e escrever poemas de grande valor para o mundo. Somente então você pode transcender a si mesmo.

Como o mundo nos parece? Como o mundo onde uma quantidade desproporcional de poder é mantida por um grupo desproporcional e pequeno de pessoas? A grande maioria de pessoas não tem qualquer poder, enquanto que uma minúscula minoria é muito poderosa e muito rica. Isso afeta a todos, isso nos incomoda. Não importa se vivemos no Ocidente, no Oriente ou na África. Isso nos incomoda. A Europa é paranóica e acha que a única coisa com que as pessoas que vivem na África ou Ásia sonham é vir morar em Londres, Amsterdã ou Nova York. Essa visão irresponsável inflamou o racismo, os europeus simplesmente não entendem a vida na África. Nem todos os africanos estão morrendo, existem muitos que estão bem. A maioria dos refugiados não consegue esperar para voltar.
A única coisa que a Europa e a comunidade internacional deveriam fazer é ajudar essas nações, criar condições de comércio justo, estimular uma distribuição de renda mais igualitária e apoiar governos melhores e mais responsáveis nesses países, Eles não devem ajudar dando auxílio, mas estimulando a igualdade e a justiça.
Somos responsáveis pelo desequilíbrio no mundo. Nós permitimos o surgimento da hegemonia norte- americana. Sempre falamos da América como se ela fosse a única força determinante desta terra e desse universo da humanidade. Como podemos culpar os Estados Unidos pelo fato de que abrimos mão de própria liberdade? Nossa liberdade de pensar, de discordar, de debater. Nós caímos na conversa, nós aceitamos os fatos . Os EUA são muitos ricos e possuem mais armas nucleares que qualquer outra nação da Terra, mas isso não significa que não podemos discordar deles? Não entendo esse pensamento. Não entendo como o resto do mundo livre se permitiu agir como se estivéssemos em um filme de faroeste no qual um caubói tem a arma e os outros não. É claro que não pode ser assim. Estamos falando de nossa liberdade mental e espiritual. Precisamos crescer e enriquecer nossos espíritos, temos de poder assistir filmes de outros países, de nossas próprias culturas. Se não fizermos isso, tornamo-nos escravos de outros.

No final, tudo é uma questão do amor da humanidade. Na raiz da liberdade está o amor. Nosso desafio é aprender a amar nesse mundo. A maioria de nós fica atônita quando sente amor. Acho que ficamos atônitos porque descobrimos para nossa surpresa que amar não é como pensávamos que era, nem como os filmes nos mostram. É diferente, é mais rico. É muito trabalhoso é muito caótico. Ele vira seu mundo de cabeça para baixo. Ele destrói muitos de nossos sistemas de crenças e preconceitos. Mas o amor também inspira a confiança de assumir riscos uns com os outros. Só que você não sabe o que a confiança leva uma outra pessoa a fazer. E amor tem a ver com coragem. Temos a coragem de sorrir para alguém que encontramos pela primeira vez? A coragem de ser amigável e caloroso. A coragem de se aventurar em território desconhecido e encontrar outras pessoas, com bom senso e uma mente clara e desperta.” Essa é a mensagem de Okri.

Conforme John Cray, autor de “Os filhos vêm do céu”, ensina as cinco mensagens da educação positiva para ajudar seus filhos a descobrirem em si o poder de enfrentar os desafios da vida. Que é certo ser: ser diferente (cada criança é única), conhecer erros expressões negativas, querer mais e dizer não. As práticas de educação positiva visam a criar crianças cooperadoras, não crianças obedientes. A educação positiva é a mudança da educação baseada no medo para uma educação baseada no amor.
John Cray diz: ao dar a seus filhos liberdade de descobrir e expressar seu verdadeiro eu, você está dando uma dádiva de grandeza. Todos os grandes indivíduos, artistas, cientistas, pensadores e líderes históricos foram capazes de dizer não às antigas convenções e pensar com criatividade. Eles tiveram sonhos e procuravam realiza-los. Quando os outros reagiram ou não acreditavam, eles venceram as dificuldades.

L Ron Hubbard, observou nos anos 50 e nos deixou o seu legado.

“Ao invés de evitar desafios, pule dentro deles, massacre-os, curta o jogo. Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista. Reorganize-se! Busque mais determinação,mais conhecimento e ajuda. Se você alcançou seus objetivos, coloque objetivos maiores, uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá ao encontro dos objetivos do seu grupo, da sociedade e até mesmo da humanidade. Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele. O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador.”
Em relação à religião. Pense globalmente e atue localmente para uma mudança. Contra as noções medievais das cruzadas religiosas fundamentalistas cristãos que querem impor seus pontos de vista absoletos, mas que estão se desintegrando lentamente. Liberte-se para uma vida simples interior.”

Tudo isso nos faz lembrar de Shopenhauer – o “filósofo do pessimismo” – que para fugir do ciclo de vontade e frustração e encontrar uma vida feliz. Ele sugere que, as pessoas deixem de dar tanto valor a desejos cotidianos. E que aceitem que sofrer não só faz parte da vida como dá sentido a ela: o grande desafio da nossa existência seria aprender a lidar com o sofrimento.
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“Num sistema tecnológico bem projetado, os componentes são caixas pretas que realizam suas funções como se o fizessem por arte mágica. Isto não é menos verdadeiro em relação à mente. Parece-nos que a faculdade de refletir sobre o mundo não tem igual em outras faculdades para as quais está dotada. Isso nos faz vitimas de uma ilusão: que a nossa própria psicologia provém de alguma força divina, uma essência misteriosa ou um principio todo-poderoso.”

Steven Pinker

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